Centro de Estudos com os Professores do 2º segmento
“Para ser grande, sê
inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”
Fernando Pessoa
Horário: 15h às 17h.
I-
Apresentação da Coordenadora.
II-Acolhida. ( Texto “
A vida me ensinou....” de Charles Chaplin)
III-Informes.(Diários Planejamentos e Projetos: Procurar
adequá-los aos temas bimestrais; Culminância do Projeto do 1º bimestre: Marcar
data, Diagnósticos).
IV- Fala de cada Professor. ( Breve relato do que foi feito
no 1º bimestre)
V- Leitura de textos diversos sobre Adolescentes. ( Proposta
de leitura em grupos)
VI- Slide “ Educar” – Rubem Alves- Avaliação
1-Formar caráter e Personalidade.
Formar caráter e personalidade de adolescentes, nos dias de
hoje, não é tarefa das mais fáceis. A transmissão do resgate de valores precisa
ter uma linguagem especial. Segundo
psicólogos, a ânsia natural de independência quase sempre se opõe aos valores e
autoridade dos pais. Aceitar normas e respeitar as fronteiras entre o bem e o
mal, sem contestar, não é um procedimento comum na adolescência. Pais precisam estar sempre juntos e
conhecer seus filhos, só assim saberão responder às muitas questões sem
embaraço. A orientação precisa ser segura e os limites razoáveis. Pesquisas afirmam que o desejo da
maioria dos adolescentes é justamente crescer e proceder de maneira correta. A
insegurança é que causa tanto questionamento. Um adolescente bem orientado e
esclarecido dificilmente vai procurar respostas fora de seu lar. A psicanalista e teóloga Daysi Rezende
diz que muitos costumam brincar e chamar a adolescência de aborrescência, e que
o jovem que está passando por algumas transformações próprias da idade é um
aborrescente. A adolescência é
uma das fases mais difíceis para o ser humano. Os pais dizem que sofrem muito
com o crescimento dos filhos, mas, na verdade, o adolescente é quem sofre mais,
comenta. A especialista explica
que ele é cobrado pela família e pela sociedade quando dizem que não é mais uma
criança. Ele mesmo começa a querer libertar-se da infância; escolher as roupas
que vai vestir; decidir o que comer; querer testar seus limites e aptidões;
tomar decisões sobre algumas questões não tão complexas, mas se depara com a
realidade de que ainda não está plenamente capacitado para assumir o papel de
adulto. Algumas vezes, é inibido
pelos próprios pais nas suas tentativas, como se eles não fossem capazes.
Aqueles acabam transmitindo insegurança, o que provoca angústia pelo medo de
arriscar e errar_, esclarece. De acordo com a psicanalista o adolescente quer
sair de debaixo das asas da mamãe, mas não sabe onde encontrar um lugar seguro. Para alguns pais, o fato de escolher e
decidir sobre o que quer ou não fazer pode parecer rebeldia. Esta fase é comum
e perfeitamente normal no crescimento e formação da personalidade, sendo,
portanto, um processo natural de emancipação. Nem todo adolescente é rebelde,
mas precisa aprender a pensar, agir, decidir e assumir a responsabilidade de
seus atos, alerta. Lidando com o problema.
A psicanalista orienta como lidar com um filho que já cresceu e hoje é um
adolescente rebelde. O primeiro passo é reconhecer suas falhas na educação,
pedir perdão, e sugerir uma nova forma de relacionamento, em que o filho terá
liberdade de questionar a educação que teve e discutir, junto com os pais, qual
seria o modelo ideal de relacionamento dali para frente, observa. Ela relata que não haverá diferença,
basicamente, entre adolescente criado em um lar cristão e um lar secular, se os
valores transmitidos, por melhores que sejam acabarem sendo inutilizados pela
dinâmica do relacionamento. De acordo com a teóloga, os adolescentes ficam
muito mais impressionados pela maneira como são tratados do que por aquilo que
ouvem. Quando há discrepância entre o discurso dos pais e a forma de agir e
tratar os filhos, a rebeldia se torna mais forte. Aos pais cristãos, diria que cabe
zelar pela integridade entre o ensino e as atitudes, já que acima de qualquer
instrução necessária que possam receber para criar e educar filhos, eles têm os
princípios da Palavra de Deus e as bênçãos inerentes ao bom uso dessas
ferramentas dadas pelo Espírito do Senhor, finaliza.
2-Identificando
a rebeldia .
Daysi
deixa claro que o verdadeiro adolescente rebelde é aquele que se rebela contra
a autoridade constituída (pais, professores, líderes religiosos, etc.), é
teimoso, indisciplinado, revoltado e até indomável. Segundo ela a rebeldia na
juventude primeiramente é manifestada no ambiente familiar e se estende para a
escola e outros campos de relacionamento interpessoal. Na escola, além da
dificuldade de relacionar-se particularmente com a figura de autoridade dos
professores, o adolescente começa a sofrer com a perda do sucesso escolar, diz. Segundo a profissional, para que as
crianças cresçam e sejam adolescentes saudáveis, é necessário que os pais
tenham mantido um bom relacionamento com os filhos e que esse trabalho comece
ainda no ventre materno. O bebê que é desejado e amado pelos pais, e que é
gerado em um ambiente de amor e respeito entre marido e mulher, será uma
criança com grande potencial para receber todos os ensinamentos que serão
transmitidos durante a infância e adolescência.
A psicanalista observa que a criança que se
sente amada, cresce segura e estará pronta para ser um adolescente seguro e
equilibrado. Quando chegar à idade de emitir suas próprias opiniões, saberá
contar com o respeito dos pais, que ajudarão o filho (a), num ambiente de
diálogo franco e aberto, a enfrentar dúvidas e crises de mudança. Ela diz ainda que, durante a infância,
os pais reforçam o afeto, ensinando os princípios da obediência e mostrando que
é necessário respeitar limites. Os limites são fundamentais para que a criança
amplie seu sentimento de segurança. A criança aprende a obedecer aos limites
impostos pelos pais, pois entende que é amada por eles, e que eles estão
interessados em seu bem estar. O que facilita a internalização de uma autodisciplina,
através da qual o próprio adolescente aprenderá a lidar melhor com seus
próprios impulsos, aprendendo a refletir sobre as suas condutas e sobre os
desdobramentos das suas opções, esclarece. Daysi
lamenta que muitos pais acham que filho amado é aquele que tem tudo o que quer,
e esquecem que o que a criança mais quer é carinho, atenção e presença. Diálogo
é fundamental para que possa conhecer as regras de comportamento, ser
esclarecida sobre o motivo de cada regra imposta, e até interagir com os pais
para poder compreender o processo; é a famosa fase do por quê, diz. Segundo ela, na adolescência esse
processo de questionamento e crítica é reforçado pela rebeldia em função da
falta de espaço para desenvolver um diálogo com os pais, esclarecer dúvidas e
expor opiniões. Ela diz que é extremamente necessário que os pais deem
liberdade aos filhos para questionarem as informações recebidas e a forma de
lidarem com elas. Se eles forem ouvidos e compreendidos, terão grandes chances
de caminhar de forma equilibrada durante essa etapa da vida. Ela explica que ser
ouvido e compreendido não significa, necessariamente, concordância com os seus
pontos de vista, mas demonstra flexibilidade por parte dos pais e uma grande
manifestação de aceitação e amor. Por outro lado, o bater de frente com o
adolescente significa rejeitar suas ideias e até a ele mesmo, esclarece.
3-Adolescentes -
Entender a cabeça dessa turma é a chave para obter um bom aprendizado.
Uns
parecem estar no mundo da lua. Outros, num ringue de boxe. Para driblar essas
atitudes que prejudicam suas aulas, é preciso conhecer e respeitar as mudanças
que ocorrem na adolescência, ganhar a confiança da turma e aproximar o conteúdo
escolar do cotidiano da garotada. (Meire Cavalcante (novaescola@atleitor.com.br)"A culpa é dos hormônios."
Até há bem pouco tempo, a indisciplina e o comportamento emocionalmente
instável dos adolescentes eram atribuídos à explosão hormonal típica da idade.
Pesquisas recentes mostram, no entanto, que essa não é a única explicação para
a agressividade, a rebeldia e a falta de interesse pelas aulas, que tanto
preocupam pais e professores. Nessa fase, o cérebro também passa por um
processo delicado, antes desconhecido: as conexões entre os neurônios se
desfazem para que surjam novas. Simplificando: o cérebro se
"desmonta", reorganiza as partes e em seguida se "monta"
novamente, de forma definitiva para a vida adulta (veja quadro).Entre 13 e 19
anos, é comum os jovens apresentarem reações e comportamentos que independem da
vontade deles. Portanto, nem sempre palavras ditas de maneira agressiva ou
arrogante são fruto da falta de educação. Para quem convive diariamente com
turmas dessa faixa etária que ora
parecem estar no mundo da lua, ora com pane no sistema e quer conquistá-las, a saída é agir de forma
firme, mas respeitosa.
3.1-Não adianta bater de frente.
A primeira "lição" para quem trabalha com adolescentes é não
tomar para o lado pessoal qualquer tipo de afronta vinda de um aluno. Responder
a uma provocação no mesmo tom só faz você perder o respeito e a admiração do
grupo — o que dificulta o trabalho em classe. Além disso, ao perceber que tirou
o professor do sério, o jovem se sente vitorioso e estimulado a repetir a dose.
"Educar não é um jogo em que se determina quem vence ou perde", afirma
a psicopedagoga Maria Helena Barthollo, do Centro de Estudos da Família,
Adolescência e Infância, no Rio de Janeiro. Ela sugere que a luta com a
garotada dê lugar a parcerias. Os acordos incluem regras, direitos e limites
que valem para todos, inclusive você. O jovem, a partir dos 12 ou 13 anos,
está passando por um período de instabilidade psicológica natural. De acordo
com a psicopedagoga Nadia Bossa, professora da Universidade Santo Amaro, em São
Paulo, nesse período ele revive conflitos típicos da infância. "Aos 2 ou 3
anos, quando a criança percebe sua fragilidade, grita, teima, testa os adultos.
Quando a mãe, por exemplo, impõe um limite, ela tem a garantia de que está
sendo cuidada", explica. O adolescente faz o mesmo. "Ele testa os
limites dos adultos numa tentativa de estabelecer novos parâmetros de poder
sobre sua realidade." Considerando a informação, fica mais fácil para você
não interpretar reações intempestivas como uma agressão pessoal. O
professor de História Renato Mota Duarte, da Escola Municipal de Ensino
Fundamental e Médio Derville Allegretti, em São Paulo, já se deu conta de
particularidades dessa fase. "Não grito quando os alunos ignoram que eu
entrei na sala. Dou bom dia e começo a chamada em voz baixa. Aos poucos eles se
acalmam." Mas quando o professor encontra a turma na maior briga? É hora
de estabelecer a ordem e ouvir os motivos da discussão. "Não adianta
fingir que nada aconteceu porque a cabeça deles está longe da matéria",
observa o professor de Ciências e Biologia Jefferson Marcondes de Carvalho, do
Colégio Madre Alix, também em São Paulo. Nessas situações, ele age como um
intermediário, levando os estudantes a entrar em acordo, mantendo sempre o
respeito.
3.2-Os alunos precisam ter voz..
Os dois educadores apostam na qualidade do relacionamento com os alunos
como um dos fatores determinantes para a aprendizagem. Carvalho organiza
oficinas de malabarismo com a turma e Duarte incentivou a grafitagem, depois de
encontrar a parede do corredor pichada. Dessa forma, os alunos dele perceberam
que tinham liberdade de pedir o que desejavam. "A escola tem que acolher
as sugestões dos estudantes, analisá-las e ver se são viáveis. Assim, eles se
sentem considerados e respeitados", explica Nadia Bossa. Na escola de
Duarte, a cada 15 dias os intervalos têm tempo dobrado, porque os estudantes
fazem apresentações musicais para os colegas. O professor também trabalha a
interação e o respeito entre os jovens, debatendo assuntos que tanto os
inquietam, como sexualidade, drogas, violência e desemprego. Ele costuma
atender cada um de seus alunos em particular. "Procuro saber como eles
estão se sentindo, os problemas pelos quais estão passando e como é o
relacionamento com a família. Deixo que fiquem à vontade para falar."
3.3-O interesse facilita a aprendizagem.
Confiança e consideração: o professor Renato Duarte, da Escola Derville
Allegretti, atende em particular cada um dos alunos, que confidenciam a ele
angústias e inseguranças. Se os adolescentes admiram e respeitam o professor,
ele já tem meio caminho andado para desenvolver os conteúdos curriculares. Para
percorrer a outra metade do caminho, é preciso ter boas táticas. Uma das
melhores formas de ensinar os jovens é fazer da sala de aula algo bem próximo
do mundo deles. Por isso, Duarte fica por dentro da onda hip-hop e aprende
parte da linguagem e dos interesses da garotada, enquanto Carvalho assiste à
MTV — canal aberto com programação dirigida aos jovens — para saber as
novidades. Ambos já sabem que o adolescente só retém na memória o que chama
muito a atenção. E a ciência confirma o que eles concluíram no dia-a-dia.
Atividades feitas com base em um rap que a moçada adora, por exemplo, permitem
que as informações sejam fixadas na memória com mais facilidade. “A
música estimula o lobo temporal no cérebro e faz com que os circuitos
estabelecidos com o córtex pré-frontal — região que analisa a informação —
sejam mais consistentes", afirma a neuropediatra Tania Saad, professora do
Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, no Rio de Janeiro. O lobo
frontal é a região responsável pelas emoções e pelas experiências de vida. Como
o cérebro está se reorganizando, o adolescente não tem ideia do que é ou não
importante. Por isso, se ele não vê relevância de uma informação para sua vida,
o novo dado se perde no turbilhão que é a sua cabeça.
Para fazer das aulas algo que instigasse seus alunos da 6ª série, Carvalho
recebeu o jogo Super Trunfo com entusiasmo em sala. Na brincadeira, vence quem
tem as cartas com carros mais potentes ou velozes. Com base no conteúdo
estudado, a meninada bolou o Super Trunfo Animal. Os alunos pesquisaram
vertebrados e invertebrados e levantaram uma série de características de
diversos bichos. Eles criaram os critérios de pontuação, que variaram conforme
a sala. "Numa turma, os animais em extinção venciam porque eram raros. Em
outra, eles perdiam porque, se houvesse uma alteração ambiental, seriam os
primeiros a morrer", conta Carvalho. Duarte vai pelo mesmo caminho e
igualmente relaciona o cotidiano dos alunos aos temas do currículo. "Pedi
para eles observarem onde eram fabricados os tênis ou as canetas que usavam.
Essa foi a forma de introduzir a discussão sobre a abertura econômica da década
de 1990 e os índices de desemprego no Brasil", comenta. "Quando o
professor aproxima o conteúdo escolar dos interesses dos alunos, a necessidade
de resistir fica em segundo plano", analisa Nadia Bossa. ··.
3.4-Quando o problema é outro.
O mundo do jovem na escola:
a turma de Jefferson de Carvalho, do Colégio Madre Alix,
aprendeu Ciências ao adaptar um popular jogo de cartas. Nem sempre, contudo, atitudes
inadequadas do aluno são totalmente justificadas pela fase por que passa.
Agressividade ou problemas de socialização podem ter causas mais sérias, com as
quais o adolescente não sabe lidar. "Vale o professor ficar atento também
à vida familiar do estudante", alerta Tania Saade. "O jovem não tem
um bom rendimento escolar se os pais o agridem física ou
moralmente." Há ainda alunos que chegam à adolescência com problemas
auditivos ou visuais nunca tratados, o que justifica o desinteresse pelas
aulas. Outro tipo de caso citado pela neuropediatra é o dos estudantes que não
cursaram a Educação Infantil. Nessa etapa da escolarização, o aluno aprende a
se socializar e a conviver com regras, além de desenvolver a linguagem oral e a
psicomotricidade. "É fundamental o professor estudar o histórico completo
do aluno e estar atento ao que se passa com ele fora da escola", recomenda
Tania. Trabalhar dessa maneira — conhecendo bem o aluno, fazendo pontes
constantes entre o mundo jovem e a matéria a ser dada e driblando o
comportamento agitado da turma — requer comprometimento, planejamento apurado e
alto grau de paciência. Para não perder o equilíbrio, as especialistas dão uma
sugestão importante: deixe seus problemas do lado de fora da sala e não absorva
aqueles que surgirem lá dentro. Não é fácil, mas dados os primeiros passos, não
só o conteúdo vai ser bem trabalhado como também a formação humana, que justifica
a existência da escola. Cada atitude pede uma solução
Você evita prejudicar suas aulas quando lida adequadamente com reações típicas
da adolescência:
Desinteresse — O jovem está mais preocupado com a roupa que vai
usar do que com os presidentes da época da ditadura. Tente saber o que passa
pela cabeça dele e contemple em suas aulas as dúvidas que traz sobre
sexualidade, por exemplo, por meio de dinâmicas, pesquisas ou debates. Para não
expor ninguém, procure ter conversas particulares. O estudante precisa sentir
que a escola satisfaz suas expectativas.
Agressividade — Vandalismo e agressões verbais
e físicas, por exemplo, podem ser resposta do jovem ao mundo que o cerca.
Cobranças por bom desempenho escolar e por atitudes maduras geram ansiedade e
reações inadequadas, já que ele não se sente apto a atender às expectativas.
Procure saber como é o relacionamento do aluno com os pais e que ideia faz de
si mesmo e de seu futuro. Se ele encontrar na escola um local para expressar
seus pensamentos e descobrir suas aptidões, o nível de ansiedade e a agressividade
diminuem.
Arrogância — O adolescente acha que pode
tudo. A ideia de que está sempre certo faz com que ele desdenhe do que é dito
ou imposto. Em vez de responder à altura, uma boa solução é questioná-lo. Peça
que explique o que tem em mente e pergunte porque usou aquele tom de voz. Para
responder, ele vai formular melhor os argumentos. Pode ser que reconheça o
erro, mas, mesmo se ele mantiver o que disse, já terá ao menos aprendido a se
expressar de forma educada.
Rebeldia — Você sugere à turma a
apresentação oral de um conteúdo estudado. Responder com um baita "Ah,
não!" geralmente é a primeira reação. Os motivos podem ser insegurança ou
mesmo uma forma de se auto afirmar frente aos colegas. O problema é quando a
negação vem de forma brusca. O melhor a fazer, nesse caso, é não entrar no
embate já que o jovem testa os mais velhos para ver até onde pode ir. Ao falar
o que é necessário e deixar claro o papel de cada um, você conquista o respeito
deles pelo bom exemplo.
Resistência — O jovem quer experimentar tudo,
viver tudo, saber de tudo. Só que tem sempre um adulto dizendo o que ele não
pode fazer. Mesmo que essas sejam orientações sensatas, é preciso compreender
que sensatez ainda não é uma qualidade que eles valorizam. O adulto é quem
impede as coisas que dão prazer. Por isso a resistência ao que vem do professor
ou dos pais (e nisso se inclui o conteúdo escolar). Antes de começar a aula,
por que não bater um papo rápido sobre algo que interessa à moçada? Aberto o
espaço, os jovens baixam a guarda e percebem que para tudo tem hora.
3.5-A neurologia explica.
Tudo o que pode parecer estranho no comportamento dos adolescentes tem
explicação neurológica. A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é
consequência de uma revolução nas sinapses (conexões entre as células cerebrais
— os neurônios). Nessa etapa da vida, uma série de alterações ocorre nas
estruturas mentais do córtex pré-frontal — área responsável pelo planejamento
de longo prazo e pelo controle das emoções —, daí a explicação para ações
intempestivas e às vezes irresponsáveis.
Por volta dos 12 ou 13 anos, o cérebro entra num processo de
reconstrução. "É o que eu chamo de 'poda' das sinapses para que outras
novas ocupem o seu lugar", afirma o psiquiatra Jorge Alberto da Costa e
Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que estuda essas
alterações na Escola Médica de Nova York. Segundo Silva, o cérebro faz uma
limpeza de conexões que não têm mais utilidade — como as que surgiram para que
a criança aprendesse a andar ou a falar, por exemplo, — e abre espaço a
novas. Grosso modo, funciona assim: quanto mais são usadas, mais as
conexões se desenvolvem e amadurecem. Imagine que para tocar um instrumento o
indivíduo necessite de algumas sinapses. Quanto mais ele pratica, mais "fortes"
ficam as conexões. Se não são usadas, elas ficam lá só ocupando espaço e são
descartadas na adolescência. Ao mesmo tempo, o que a pessoa aprende nesse
período fica para a vida inteira. Esse intenso processo de monta e
desmonta remodela toda a estrutura básica cerebral. Por isso, afeta "desde
a lógica e a linguagem até os impulsos e a intuição", explica a jornalista
Barbara Strauch, editora de medicina do jornal norte-americano The New
York Times e autora do livro Como Entender a Cabeça dos
Adolescentes, que apresenta as últimas pesquisas sobre o assunto.
Giovana Girardi
CONTATOS Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Professor
Derville Allegretti, R. Voluntários da Pátria, 777, 02011-000, São Paulo, SP, tel. (11)
6221-0710 Colégio Madre Alix, R. Gabriel Monteiro da Silva, 1555,
01441-001, São Paulo, SP, tel. (11) 3082-8455.
BIBLIOGRAFIA Como Entender a Cabeça dos Adolescentes, Barbara Strauch,
256 págs., Ed. Campus, tel. 0800-265340, 45 reais.
Avaliação Psicopedagógica do Adolescente, Nadia Bossa e Vera Barros de Oliveira
(orgs.), 288 págs., Ed. Vozes, tel. 0800-2824676, 37 reais (Publicado em SETEMBRO 2004).
4-Pelo bem das próximas gerações, por Lídia Aratangy.
Estabelecer
limites para os adolescentes de hoje é uma das garantias de que o país terá
líderes éticos no futuro. A tarefa cabe a pais e escolas - em conjunto-Lídia Aratangy (novaescola@atleitor.com.br)
Cenas de violência não se passam apenas nos cenários pobres de escolas
públicas: acontecem também em escolas de classe média, frequentadas por jovens
de famílias econômica e culturalmente privilegiadas. Aí o problema pode ser até
mais difícil, pois os professores dessas escolas têm a expectativa de que seus
alunos tragam de casa uma educação adequada - e sentem-se despreparados para
lidar com alunos agressivos e sem limites. Mas não adianta lavar as mãos nem
clamar aos céus, com a alegação de que a escola não pode tomar a si a
responsabilidade que a família não assume. Ainda é dentro de seus muros que
esses jovens passam a maior parte do tempo, e essa oportunidade não pode ser
desperdiçada. É na adolescência que se desenvolve plenamente a capacidade
de raciocínio abstrato, e é esse o melhor momento para firmar o compromisso com
valores morais como a tolerância pelo diferente, o amor à justiça, o sentimento
de solidariedade e a compaixão. É verdade que a escola não pode se encarregar
de todos os aspectos da formação de seus alunos, mas é indesculpável que não
faça tudo o que estiver ao seu alcance. As situações de violência não devem
passar impunes, as agressões não podem ser ignoradas. Mas o castigo é parte do
processo educativo, e não uma vingança ou penitência: deve ser contingente
(isto é, aplicado logo depois da falta cometida), ligado à transgressão e, de
preferência, oferecer a possibilidade de reparação do erro. Se a violência teve
a forma de depredação de bens da escola, por exemplo, o aluno deveria ser
levado a consertar o que quebrou; se foi agressivo com colegas ou professor,
deveria ser orientado a fazer um trabalho sobre violência. É preciso lembrar
que, quando um aluno tem um comportamento agressivo, a violência que ele
expressa não está só nele: ele é protagonista de todo o seu grupo. Sua expulsão
não elimina a violência da escola, apenas a exime de lidar com a questão. A
escola deveria aproveitar o episódio de violência para levar todo o grupo a
refletir sobre a ética da convivência. Há excelentes filmes que podem ser
usados para mobilizar nos jovens os sentimentos de empatia e solidariedade. O
ideal seria que os alunos assistissem a esses filmes na própria escola, junto
com educadores (professores ligados ao tema e orientadores) e, se possível,
também os pais. Antes da projeção, deve ser feita uma breve contextualização do
tema do filme e, logo após, um debate ligando a ficção com a realidade. Nessa
área, é imprescindível uma parceria verdadeira entre escola e família.
Infelizmente, na maioria das vezes, essa aliança é superficial, carregada de
hipocrisia. Diante de uma crise importante, dificilmente os pais do aluno
problemático e os gestores da escola podem de fato dar-se as mãos em prol do
jovem: a tendência da escola é expulsar o aluno, com a alegação (em geral
verdadeira) de que os pais dos outros alunos não tolerariam deixar seus filhos
numa escola que eles consideram conivente com o aluno faltoso. Mais produtivo
seria que a escola e os pais trocassem informações a respeito do comportamento
do aluno. Para a escola, será útil conhecer as normas da família sobre
disciplina, saber a atitude dos pais com relação a punições e ao uso da
autoridade, saber como o aluno se relaciona com os irmãos e que tipo de lazer
os pais oferecem. A escola, por sua vez, conhece, melhor do que os pais, o
comportamento social do jovem. Essa troca de informações permite uma
programação conjunta de atividades (leituras, discussões, escolha mais
cuidadosa de videogames etc.) dentro e fora da escola, que poderão ajudar o
aluno a rever e mudar sua atitude inadequada. É importante lembrar que, se
esses jovens correm alguns dos mesmos riscos que os economicamente menos
privilegiados, em suas mãos a sociedade talvez corra riscos até maiores:
estatisticamente, é dentre esses alunos que sairão os políticos e empresários
da próxima geração, é desse grupo que sairá a maior parte das autoridades e
líderes que comandarão o país. Essa é a hora de encontrar canais adequados para
o inconformismo e a rebeldia, esse é o momento de apontar espaços de atuação
onde a contestação própria da adolescência contribua, de fato, para melhorar o
mundo. Para dar vazão à inquietação adolescente, é preciso levá-lo a
desempenhar atividades significativas, como participação em programas
solidários, que rompam a barreira do individualismo e faça com que ele se sinta
parte de uma comunidade maior. Não podemos deixar que eles acreditem que o
mundo é feito de corrupção e violência, e que nele só os valentões e os
espertalhões levam vantagens. Para lutar contra a paralisia e o cinismo de que
tanto nos queixamos, não há momento mais propício do que a adolescência, não há
espaço mais adequado do que a escola.
FILMES:Abaixo, as indicações
de Lidia Aratangy para exibições na escola.
1- Jamaica Abaixo de Zero Direção: Jon Turteltaub Aparentemente, um filme sobre o espírito
esportivo. Mas é também uma obra-prima sobre a solidariedade, o espírito de
equipe e o respeito a si mesmo e ao outro. Fundamental. 2- O Clube da Felicidade e da Sorte Direção: Wayne
Wang A história de quatro imigrantes chinesas nos Estados Unidos serve de
pano de fundo para lidar com o choque de gerações e o preconceito. O
3- Banquete de Casamento Direção: Ang Lee .O filme aborda a
questão da homossexualidade masculina de maneira leve, levando o espectador a
se identificar com os personagens, abalando assim os estereótipos sobre o amor
e a sexualidade. 4- O Sol É
paraTodos. Dieração: Robert Mulligan Um dos mais pungentes libelos
contra o preconceito que o cinema já produziu.5- Glória Feita de Sangue Direção: Stanley Kubrick Um
filme sobre a irracionalidade humana, que mostra o desvario das guerras e do
conceito de heroísmo. 6-Este Mundo É dos Loucos Direção:
Philippe de Broca A metáfora dos loucos que tomam conta da cidade
abandonada provoca o questionamento sobre a inversão dos conceitos de sanidade
e doença em nossa cultura. 7- O Inventor de Ilusões Direção:
Steven Sodesbourgh Relata a saga de um garoto cuja mãe sofre reiteradas
internações para tratamento de saúde. O menino vive com o pai em um quarto de
hotel, em St. Louis, e passa por vicissitudes para lidar com a solidão, o
desamparo e a fome. 8- Grand
Cannyon Direção: Lawrence Kasdan Choque de gerações e de valores,
num filme denso e emocionante. 9- Sociedade dos Poetas Mortos Direção:
Peter Weir O professor apaixonado e criativo leva seus alunos (e a plateia) a
indagações sobre o significado do conhecimento e a importância da cultura. 10- O Feitiço do Tempo. Direção:
Harold Banis A história aparentemente despretensiosa do repórter ranzinza
e egoísta que se transforma com a repetição reiterada de um único dia de sua
vida evoca temas fundamentais como a solidariedade e o preconceito. 11- Edward Mãos de
Tesoura Direção: Tim Burton Recorrendo ao mito do rapaz que possuía
duas tesouras no lugar das mãos, o filme trata com sensibilidade de questões
como o desajeitamento do adolescente e o preconceito. 12- Todos os Corações do
Mundo Direção: Murilo Sales O futebol serve de veículo
para retratar diferentes expressões da emoção e momentos de solidariedade e
confraternização.
Mensagem de acolhida:
A vida me
ensinou…
A dizer adeus às pessoas que amo,
Sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas
pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é
verdade,
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças;
Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as
minhas dores para o mundo,
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhosa com todos que precisam do meu
carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim
depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente,
Pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordada;
A acordar para a realidade (sempre que fosse
necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para “ver e ouvir estrelas”,
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre
lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e esta me ensinando a aproveitar o
presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu
mesma tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.
Charles
Chaplin
Com
Carinho,
Equipe
Pedagógica da Escola Municipal Elmira Figueira.
 |
Coordenadora Natalina |